Paisagismo: Elevando a arquitetura a outro patamar

Em um primeiro momento, é comum imaginarmos que o paisagismo se resume a projetar um jardim ou uma praça. Sem desprezar tais feitos, o emprego das técnicas de paisagismo no planejamento do projeto arquitetônico pode elevar o nível de qualidade estética e funcional de qualquer empreendimento a outro patamar. Sua importância vai muito além do papel de recuperação da área transformada pela obra: é ele quem acrescenta e explora todas as possibilidades que o uso do espaço oferece.

Uma observação e análise apurada da topografia do espaço que será ocupado, da vegetação existente no terreno e em suas proximidades, das paisagens ao redor e principalmente da trajetória do sol, faz com que o projeto considere importantes alternativas para potencializar o uso dos recursos naturais na implantação da obra, tornando-a mais sustentável.

Além da economia no emprego de materiais e mão de obra, o aproveitamento das características geográficas no planejamento racional do uso e ocupação do terreno agrega mais salubridade, conforto físico e até mesmo psicológico, promovendo a melhora da disposição e do humor dos usuários do espaço. Uma obra arquitetônica que permite o diálogo com a área externa, ao se valer de sua iluminação natural, topografia e paisagens, traz sensação de liberdade e de bem estar.

A utilização de elementos como: aberturas, passagens, vidros, varandas, gazebos, pergolados, entre outros recursos arquitetônicos – provoca um harmônico diálogo da construção com a vegetação, fundindo os espaços internos e externos. O verde, em suas infinitas tonalidades, somado aos múltiplos coloridos de flores e frutas, protagoniza a paleta do projeto, em conjunto com as cores e texturas dos materiais, acabamentos e revestimentos escolhidos em harmonia e solidariedade. O limite que separa a arquitetura e o paisagismo se dilui, favorecendo o conjunto final da obra.

A preocupação com a manutenção das áreas naturais para a preservação da beleza e saúde do conjunto deve ser levada em conta na hora de escolher as espécies e formas de implantação do paisagismo ao projeto. É fundamental para a conservação considerar a afinidade da vegetação escolhida com o usuário do espaço. Por exemplo, pessoas que apreciam cuidar pessoalmente do desenvolvimento das plantas criam vínculo com a vegetação e fazem desse cuidado uma terapia. Neste caso o jardim pode receber espécies mais trabalhadas e diversificadas. Se por outro lado o usuário tem menos intimidade com plantas, um jardim mais simples e de manutenção mais econômica, que necessite de menos atenção, é o mais indicado.

Nem sempre o paisagismo complementa a arquitetura. Muitas vezes acontece o contrário. Por exemplo, no projeto de uma praça, equipamentos como abrigo para espera de ônibus, banca de jornal, coreto, espelhos d’água, fontes, sanitários, entre outros, são elementos arquitetônicos necessários como infraestrutura, mas não podem prevalecer em relação às funções principais da praça, como passeio, recantos, vegetação, ar livre, lazer, recreação. Muitos projetos de edificações realizados nas imediações destes espaços paisagísticos públicos procuram acomodação visual com a paisagem planejada, utilizando materiais que funcionam como espelho para o entorno.

A área externa possui uma dinâmica de luzes e sombras que contribui para a percepção do tempo, e o movimento do sol cria ritmos e ângulos surpreendentes. Não é exagero concluir que, quanto mais a natureza participa de um espaço, mais bonito ele fica!

Fonte: www.paisagismobrasil.com.br



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